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terça-feira, 29 de julho de 2014

Deus, Adão e Eva, e Abraão guardaram o Sábado?

"As Sutilezas do Sabatismo"


A incoerência sabatista parece não ter limites! O abuso de passagens das Escrituras com vistas a sustentar a falaciosa ideia de que os cristãos devem guardar o sábado, além de desonesta, chega a ser até mesmo “ingênua” (entre aspas).

Afirmar que Deus guardou o sábado, que e Adão e Eva, e até mesmo o patriarca Abraão o fizeram é tão estúpido e convenientemente infantil que não podemos nos calar diante de tamanho disparate e afronta às Escrituras.
 
Pois bem, vamos por partes! Fazendo uso de Gênesis 2:2 (E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito), os sabatistas insistem que Deus guardou o sábado! Pergunto honestamente a você leitor esclarecido: É isto o que a passagem nos diz? O fato de haver Deus “descansado” no sétimo dia da criação significa que Ele guardou este dia?
 
Em primeiro lugar, devemos notar que existe uma grande diferença entre os verbos “descansar” (no sentido de repousar) e “guardar” um preceito (no sentido de cumpri-lo). Além disso, pergunto: Como devemos entender a expressão “Deus... descansou no sétimo dia”? Será que Deus pode, de fato, cansar-Se tal qual o homem? De modo algum! Esta palavra, a saber, descansou, quando aplicada a Deus, o que ocorre unicamente nesta passagem (vs. 2 e 3), tem um sentido completamente distinto daquele aplicado a nós. O que o texto nos quer realmente transmitir é a ideia de que Deus simplesmente cessou sua atividade criativa no sétimo dia, e nada mais! Seria um absurdo entendermos que Deus cansou-se verdadeiramente e, por isso, necessitava descansar, como nós, seres humanos, eventualmente necessitamos! Para corroborar o que afirmamos, cito a seguir o mesmo texto transcrito a partir do hebraico pela editora Sêfer em sua Bíblia Hebraica (em português): “e Deus terminou no 7º dia toda a obra que fez e cessou de fazê-lo no 7º dia. E Deus abençoou o 7º dia e santificou-o, porque nele cessou toda Sua obra, que Deus criara para fazer” (Gênesis 2:2-3). De igual modo, é oportuno perguntarmos: Será que o fato de haver Deus se “arrependido” de haver feito o homem (Gênesis 6:6) deve ser entendido como um erro que Deus cometera por haver-nos criado? (Deixo esta com você, leitor!).
 
Em segundo lugar, note que Deus não cessou sua ação criativa no sexto dia, mas no sétimo! Veja com bastante atenção o que diz o texto: E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia”. Deus somente terminou sua obra no sétimo dia (e não no sexto!), o que indica que Ele ainda trabalhou neste dia, e somente após concluir (no sétimo dia) sua obra, Ele então “descansou”. Além disso, para sermos coerentes com a suposta ideia de que Deus alguma vez guardou o sábado, devemos admitir que Ele o guarda até hoje! O que é um completo absurdo! O próprio Senhor Jesus declarou: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5:17). E sabe em que contexto Cristo afirmou estas palavras, caro leitor? Veja o que nos é dito a alguns versos anteriores neste mesmo capítulo do evangelho de João: Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda? E o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão. Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. E aquele homem foi, e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara. E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado(João 5:10-16). No verso 18, também lemos: Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Ficou claro? (Com a palavra os sabatistas!).
 
Os sabatistas também costumam fazer uso do verso 3 de Gênesis 2 para afirmar que Adão e Eva também guardavam o sábado. O verso 3 diz: E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera”. A base para tal alegação é o fato de haver Deus abençoado e santificado o referido dia. Sejamos honestos: Será que vemos aqui alguma ordem prescritiva, sequer implícita, para que Adão e Eva guardassem o sábado? Vemos aqui Deus recomendando a eles que cumprissem este preceito? O fato de Deus haver abençoado e santificado o sétimo dia, não implica que Adão e Eva devessem guardá-lo como um mandamento divino! Isto não passa de pura especulação! O que nos deixa chocado é ver que os sabatistas não se importam nem um pouquinho em agirem de modo desonesto, chegando até mesmo a ir até mesmo além do que escrito (Veja 1 Coríntios 4:6). Ademais, há muitas coisas que Deus santificou quando da lei dada por Ele ao povo israelita, e que nós cristãos não somos obrigados a cumprir (Leia Êxodo 13:2,12; Números 3:13; 8:17; 16:37-38; 18:17; 2 Crônicas 36:6; Lucas 23:3).
 
Quanto a Abraão, afirmam os sabatistas, baseados em Gênesis 26:5, que o patriarca também guardava o sábado. Veja o que diz o texto: Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis. O argumento até pareceria convincente, não fosse por dois pequenos detalhes. Primeiramente, Abraão jamais foi ordenado por Deus a guardar o sábado. O único sinal do Pacto que Deus estabeleceu com o patriarca era a circuncisão. Veja o texto: Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência. Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua. E o homem incircunciso, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada do seu povo; quebrou a minha aliança. (Gênesis 17:9-14; Ver também 21:4). Onde vemos Deus ordenando a Abraão a guardar o sábado, ou mesmo o patriarca cumprindo este preceito? Ir além do que está escrito, não é, como já vimos, uma atitude nada honesta! Em segundo lugar, em hipótese alguma podemos concluir que a expressão “guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis referindo-se ao patriarca – esteja relacionada à lei mosaica (ou mesmo ao decálogo), lei esta, dada a Israel (sua descendência) séculos após a morte de Abraão. Não creio que os sabatistas sejam tão estúpidos para insinuarem isto! Tal “suposição” seria um disparate sem precedentes.
 
A conveniência sabatista é tamanha que não raras vezes sequer conseguem enxergar “um palmo diante do nariz”. E a petulância de alguns destes grupos chega a ser tão frígida a ponto de considerarem-se os legítimos “remanescentes” de Apocalipse 12:17. Mas será que de fato é assim? Quem são os verdadeiros remanescentes mencionados nesta passagem. Para a entendermos, precisamos considerar não apenas seu contexto imediato, como diversas outras passagens correlatas (estas serão apenas mencionadas). Vejamos o que está escrito em Apocalipse 12:13-17: E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Agora, leitor, atente para a expressão a mulher que dera à luz o filho homem, pois é nela que está a chave principal para o correto entendimento acerca do remanescente mencionado no verso 17. Observe que é dito que esta “mulher” deu à luz ao filho do homem (a saber, Jesus Cristo), e no verso 17 é dito que o dragão (Satanás) foi fazer guerra ao remanescente DA SUA SEMENTE [da “mulher”], os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo. Portanto, uma coisa está clara: este remanescente NÃO pode se referir à igreja, pois a ela não é o remanescente DA SEMENTE desta “mulher”, e no desenrolar dos fatos relatados nesta passagem, a igreja já não estará mais na terra, antes, ela já terá sido arrebatada e estará no céu (Lucas 21:35; 1 Coríntios 15:51-52; 1 Tessalonicenses 4:17; 5:3-11; Apocalipse 3:10). Agora vejamos! Esta “mulher” deu à luz a Jesus Cristo, e seu remanescente [que poderíamos chamar de os irmãos de Cristo em seu sentido literal] guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo, isto é, são fiéis a Ele, POIS O RECONHECERAM COMO SEU MESSIAS. Aqui as coisas ficam mais claras, pois no que se refere à “mulher” a linguagem é, de fato, figurativa (daí o uso que fizemos das aspas). Portanto, a “mulher” não é Maria, a mãe do homem Jesus Cristo (isto é, de sua natureza humana). E então? Quem é esta mulher? Não há dúvidas: Esta “mulher” é a NAÇÃO DE ISRAEL e seu remanescente são os ISRAELITAS (isto é, os filhos da nação de Israel, a qual é a “mulher” aqui), os quais crerão em Cristo no fim dos tempos, em meio a Grande Tribulação (Ver também Zacarias 12:1-14; Romanos 9:27; João 19:36-37; Apocalipse; Apocalipse 1:7; 7:4-8, etc.). Apesar disso, a arrogância de alguns grupos sabatistas é tamanha que eles sequer ruborescem ao distorcer passagens das Escrituras para acomodar suas doutrinas antibíblicas, querendo-se fazer passar pelo que não são.
 
Outra falácia sabatista é a de que os salvos guardarão o sábado perpetuamente. A base para isto eles dizem estar em Isaías 66:22:23. Vejamos o que diz o texto: E também deles tomarei a alguns para sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR. Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o SENHOR, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.
 
Não é preciso ser um teólogo ou erudito nas Escrituras, para perceber que este texto não está sequer insinuando que os salvos guardarão o sábado. Nem sequer há necessidade de nos aprofundarmos na correta interpretação desta profecia (deixarei a cargo do leitor pesquisar!). Apenas atentemos para a expressão “desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR(v. 23). Pergunto a você, leitor: As expressões em destaque transmitem a ideia de que o sábado, em especial, será guardado pelos salvos? Pelo contrário, o que Deus está afirmando aqui, por intermédio do profeta Isaías, é que não haverá (assim como hoje também não há!) um dia especial para adorá-lo, pois “DESDE uma lua nova até à outra e DESDE um sábado até ao outro, todos os santos de Deus o adorarão, isto é, todos os dias, continuamente, sem interrupção, etc.
 
A despeito de tudo o que aqui expomos, a teologia sabatista chega até mesmo a afirmar que não há salvação para aqueles que não guardam o sábado, e que a “guarda do domingo” é a marca da besta! (Este é o ensino dentre alguns destes grupos). Por isso, não se engane, leitor! Apesar de muitos sabatistas não admitirem – alguns por desconhecimento, outros por que não concordarem com tal ideia, conquanto estejam em confronto direto com sua própria doutrina – este tem sido o claro e antibíblico ensino dos mais proeminentes líderes dos movimentos sabatistas deste a sua fundação. Pesquise por si mesmo e verá!
 
Por um cristianismo autêntico,
 
D. S. Castro.

sábado, 12 de julho de 2014

MODERAÇÃO DE COMENTÁRIOS ATIVADA

Olá, amigos e irmãos, "secretos" ou não!
 
Apesar de minhas postagens serem pouco ou quase nunca comentadas (a razão não me é oculta, acreditem, e nem estou preocupado com isto, pois meu interesse é expor a Verdade das Escrituras, doa a quem doer!), resolvi ativar a moderação de comentários, com vistas a evitar "insanidades" em comentários dirigidos a mim em debates "travados" em outras redes sociais. Mas não se preocupem, pois não serei exigente demais. Caso alguém deseje comentar alguma de minhas postagens, mesmo que não concorde com o que escrevi, ele será aprovado, contudo, imediatamente respondido (apenas seja educado e cortês em suas palavras, peço. A ironia e o sarcasmo também são aceitáveis, dentro de certos limites, é claro, pois eu mesmo faço uso destes recursos linguísticos com vistas a "sacudir" os que estão dormindo, levando-os a refletir sobre a validade de seus argumentos!
 
Fazendo assim, evitaremos baixar o nível das "discussões", caso ocorram (o que, para ser honesto, acho muito difícil, sobretudo com respeito ao tema do qual estou tratando ultimamente, em função do livro que estou a escrever)!
 
Espero que compreendam!
 
Em Cristo,
 
D. S. Castro.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Paráfrase: "A Estória dos Dois Dízimos"

Em processo de conclusão do livro sobre a questão do suposto "dízimo cristão", resolvi descontrair um pouco e resumir alguns dos tópicos ali tratados, parafraseando uma velha estória muito conhecida entre as pérolas do saber popular. Não tenho certeza se a incluirei [a paráfrase] no referido livro, mas resolvi publicá-la aqui para apreciação dos meus caros irmãos, irmãs, amigos e amigas deste canal.

A Estória dos Dois Dízimos
 
Você já ouviu, leitor, a estória dos dois dízimos? Não? Pois vou lhe contar:
 
Dois dízimos caminhavam por uma estrada em um dia muito quente: o dízimo judaico (o verdadeiro dízimo bíblico) e o dízimo cristão (o falso). De repente, o dízimo judaico - vestido elegantemente por seu Tutor - viu um lago à beira do caminho e convidou o dízimo cristão para que se aliviassem do intenso calor que os maltratava. As roupas do dízimo cristão não passavam de uma mera imitação daquelas que vestiam o dízimo judaico, e tecidas pelos tutores do falso dízimo com os "retalhos" que sobraram das vestes do verdadeiro. Já com segundas intenções, o dízimo cristão aceitou o convite, e após ambos despirem-se de seus trajes, mergulharam no lago para se refrescar. Bastou, então, um simples descuido do dízimo judaico (o verdadeiro) para que o dízimo cristão saísse apressadamente da água, tomasse os trajes do dízimo judaico e, às pressas, desaparecesse, deixando para o pobre coitado do dízimo judaico seu falso traje.
 
Moral da estória: Até hoje o "dízimo cristão", vestido com as roupas do dízimo judaico, anda por muitas igrejas (sobretudo evangélicas) fazendo-se passar pelo verdadeiro dízimo bíblico.
 
[Paráfrase de D. S. Castro, inspirada na estória popular sobre a Verdade e a Mentira]