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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

IRRESPONSÁVEL E TENDENCIOSA!

Tradução da coleção "As Obras de Armínio" (a partir do inglês) pela editora CPAD, ao que tudo indica, não é confiável.
 

 
Como mencionei anteriormente, não pretendo tomar meu tempo (que é pouco) para avaliar a fidelidade (ou deveria dizer, infidelidade) da tradução recém-lançada pela editora assembleiana. Contudo, diante de algumas nobres porém equivocadas tentativas de justificar a "opção" do tradutor (ou tradutores) pelo termo "imersão" ao invés de... "aspersão" apontando para o texto em latim, onde é mencionado o verbo "tingo" (molhar), tomei a liberdade de ir um pouco mais a fundo em minha investigação e checar a referência.
 
Pois bem, no primeiro scan abaixo (do texto em latim), lemos na página 155, "aqua tinguntur" que na tradução inglesa é vertido por "sprinkled with water" [aspergido com água, literalmente] e na edição assembleiana "imerso na água". Se levarmos em conta que "tinguntur" (uma variação de "tingo") significa, para nossos propósitos, apenas a ação de "molhar", a questão poderia justificar a inserção de qualquer crença particular com respeito ao batismo cristão no pensamento original do autor. Em outras palavras, os que creem no batismo por imersão (o que é bíblico) podem seguir o exemplo assembleiano; já os que creem e praticam o batismo por "aspersão" (em geral os que também defendem o batismo infantil) podem optar por seguir a tradução inglesa (a mais acurada).
 
Contudo, a tradução assembleiana torna-se indefensável no que se refere ao atrevimento, como dito antes, de mudar completamente o pensamento do autor. Armínio não apenas praticava o batismo infantil, como no contexto da discussão em causa ele deixa mais do que claro que, segundo acreditava, o batismo deveria ser por "aspersão". No segundo scan isto fica evidente, pois nos itens 1 e 2 do parágrafo V, lemos "aqua dispergatur" e "adispersio", respectivamente. Será que precisamos “desenhar” para que alguém entenda?
 
Agora, permitam-me perguntar novamente ao senhor ou senhores editores da CPAD responsáveis por essa tradução irresponsável e tendenciosa: O que querem ocultar? Será que a idolatria a um homem justifica mascarar o que de fato ele inegavelmente disse e que não se coaduna com o que cremos? Será que os fins justificam os meios? Não, absolutamente! A verdade deve ser defendida não às custas da omissão e da desonestidade, mas com isenção e imparcialidade!
 
Em Cristo,
 
D. S. Castro.

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